13.8.08

a vila(5)

um dia não houve noticias, o povo aplaudiu.

a vila(4)

notícias chegavam a toda a hora. tudo era feito com o intuito de emocinar a população (e ganhar uns cobres).
venda de droga, captura de droga, homicidios, captura de homicidas...
Tudo o que é feito, é em prol do povo, diziam os "chefes".

a vila(3)

as noticias escasseavam na vila. estava tudo muito sistematizado. Não pode ser assim, pensavam, É necessário emoção.
a verdade é que nem chegavam a haver notícias, daí o problema.
um dia, um grupo de patriotas anuncia (e efectua) a sua chegada ao poder. até então não havia poder, e os cidadãos ignoravam o que estava de facto a acontecer.
mas era uma noticia, e apesar dos males que pudessem resultar do acontecimento, o povo delirou e aclamou os seus novos "chefes".

12.8.08

a vila(2)

não é que as pessoas não fossem simpáticas, simplesmente não era o momento indicado para prestar o auxílio de que necessitava o mendigo.

o mendigo foi enterrado no cemitério da vila, à hora programada.

pena ter sido dois dias após a sua morte, mas, que diabo, ninguém podia prever que o mendigo iria escolher um hora tão inapropriada para falecer.

a vila(1)

Naquela vila os horários eram estritamente regulados, controlados e efectuados. quando alguma acção, por mais ridicula que fosse, estava programada, era feita nem a mais nem a menos tempo.
houve até uma dessas velhas histórias que contava que um criminoso (nem o chegou a ser, a palavra foi mal escolhida para o caracterizar) planeara um crime que não chegou a concretizar devido a um ligeiro atraso que manchou o seu orgulho.
Ora, um dia chegou à cidade um pobre mendigo que ansiava por comida, bebida e dormida. como o mendigo (por negligência ou ignorancia sua) chegou a uma hora em que não se efectuavam tais acções, ninguém o ajudou e este acabou por morrer.

o óculo-escuro (2)

provavelmente, a mentira sao as lentes que criam, enquanto que tu (e eu), nao passamos de uns ingénuos, pois deixamo-nos iludir por falsas verdades.
apesar de nao serem realmente mentiras, tu e que quiseste pôr os óculos-escuros.

vieux farka touré - "ana"