15.12.08

1+1 = 0

era uma vez um homem de aspecto grande, sem ser bruto. era frio e sério, bastante rude. não era muito rico, mas tinha dinheiro. e se o tinha, era porque não o gastava. não mais que o necessário. Chamava-se Hans.
era uma vez um artista de rua pobre, muito pobre. na sua infelicidade, só a transição do imaginário ao real lhe dava gozo. chamava-se Silo.

ora, passa um dia Hans numa das muitas ruas da cidade, e eis que encontra Silo, ou melhor, a sua obra. revelado por uma súbita sensibilidade, deixa-se ficar e observa a obra. não perde a compostura (convém dizer). durante dias Hans percorre a rua até descobrir a obra e a observar durante algum tempo, sempre sem nada comprar. nunca olhou nem falou com Silo. Um dia, ao passar pela rua, vê um moribundo a dormir (morto?) sobre uma espécie de cartões, masdeira e afins. como por tantos outros ignora. como por tantos outros, não reparou que o que procurava estava mesmo por baixo do aspecto asqueroso do vagabundo.