15.12.08

1+1 = 0

era uma vez um homem de aspecto grande, sem ser bruto. era frio e sério, bastante rude. não era muito rico, mas tinha dinheiro. e se o tinha, era porque não o gastava. não mais que o necessário. Chamava-se Hans.
era uma vez um artista de rua pobre, muito pobre. na sua infelicidade, só a transição do imaginário ao real lhe dava gozo. chamava-se Silo.

ora, passa um dia Hans numa das muitas ruas da cidade, e eis que encontra Silo, ou melhor, a sua obra. revelado por uma súbita sensibilidade, deixa-se ficar e observa a obra. não perde a compostura (convém dizer). durante dias Hans percorre a rua até descobrir a obra e a observar durante algum tempo, sempre sem nada comprar. nunca olhou nem falou com Silo. Um dia, ao passar pela rua, vê um moribundo a dormir (morto?) sobre uma espécie de cartões, masdeira e afins. como por tantos outros ignora. como por tantos outros, não reparou que o que procurava estava mesmo por baixo do aspecto asqueroso do vagabundo.

2.11.08

post 113

faz hoje um ano que o blog joaofaial.blogspot.com (agora pedrofabiao.blogspot.com) foi iniciado. para assinalar, pensei em fazer um granda post mas nao me surgiram ideias por isso queria só deixar um obrigado a todas as pessoas que para o bem e para o mal interferiram na minha vida, fazendo dela o que é agora. um obrigado adicional a todos os que leem este blog, pois a solidariedade e muito bonita, e um !#?/* que ta *o% para os que não leem.

30.10.08

é musica para os meus ouvidos

num metro atulhado, o mp3 de um rapaz que ouve música é roubado.
só deu por isso quando, cansado de ouvir musica, decide desligar o inexistente mp3.

24.10.08

Artigo nº 3: todo o indivíduo tem direito à vida (…)
In Carta Internacional dos Direitos Humanos

Direitos Humanos – 60 Anos de Amnésia Internacional



A declaração Universal dos Direitos Humanos faz em 2008 sessenta anos, mas ainda está para vir o ano em celebrará o cumprimento universal destes direitos. Pois a verdade é que por todo o mundo os direitos são ignorados. Nalguns locais como a Índia, África ou China é mais evidente o descuido do cumprimento dos direitos. Contudo, nalguns países ditos desenvolvidos, conhecidos (também) por darem o devido respeito à vida humana, muitos dos direitos são desleixados…
Direitos como à habitação, à saúde à educação ou mesmo à vida são dispensados um pouco por todo o mundo.
Mas este texto não se destina a fazer uma crítica ao não cumprimento dos direitos humanos por parte dos países, mas sim a uma breve opinião sobre a questão “A pena de morte é justificável?”, ou “É moralmente correcto condenar alguém à morte?”.
Apenas permitida em alguns países (ou estados), a pena de morte é a condenação mais grave a que um criminoso pode ser condenado, por crimes de homicídio, genocídio e contra a humanidade. Crimes por homicídio, sublinho. Se alguém (X) matar uma pessoa (Y), e X for apanhado (por exemplo) no Texas, é bastante provável que X seja condenado à morte. E X muito provavelmente é já um individuo rejeitado pela sociedade, pois não mataria se não estivesse já no limite do ser. A sociedade discrimina e rebaixa tanto os pobres que estes, não tendo cabeça nem jeito, matam. nunca se viu um rico condenado a pena de morte por homicídio pois este não necessita de matar para sobreviver. Mas é morto por quem? Por alguém que, após “fazer justiça”, é também um homicida, e por essa ordem de ideias deve ser morto, criando uma reacção em cadeia que muito provavelmente fará a humanidade desaparecer em algumas escassas décadas. Eis a peste negra do século XXI – a ingenuidade do Homem.
Num outro país, num outro mês X mata, desta vez, A. Contudo, neste país não existe pena de morte, portanto X viverá preso para sempre (ou a partir de 25 anos, o que poderá ser sempre). O que não deve ser uma vida inteira numa cela a pensar nos horrores feitos durante a liberdade. É obvio que X não vai gostar desta vida, e muito provavelmente sofrerá psicologicamente. Mas sofrerá ao pensar nos crimes que cometeu, e sofrerá com a ânsia da liberdade. Na ânsia da liberdade. Liberdade que se calhar nunca terá.
Mas não me dá prazer nenhum ver X a sofrer, eu não sou ele. Ele está a responder a uma sentença interior que foi há muito começada. Por ele. Eu dou-lhe alimento, água, higiene e medicamentos para as suas doenças; mas não lhe dou, nem consigo, cura para o passado. E mesmo que X seja louco, e que nunca venha a ter consciência da vida que tirou, terá consciência da liberdade que perdeu. E a liberdade, embora ignorada, é uma dádiva das mais nobres hoje em dia existentes.
E estes são os casos mais óbvios. Pois também se condena muita nobre pobre gente à morte. E ainda por cima à mais horrenda das mortes. Os arguidos não têm direito a julgamento e estão pré-destinados a uma morte lenta, e passiva. Este tipo de condenação é legal em todos os países, toda a gente sabe e toda a gente tenta dissimular. É um género de conspiração global. E também tu, que estás a ler, já mataste. É claro que não digo que deste em alguém um tiro, pois, como já disse, é uma morte passiva.
E já deves ter morto mais de mil pessoas. Pois quantas vezes não deves já ter passado por um mendigo, sem lhe olhar, sem lhe matares a fome por umas ínfimas horas?

6.10.08

dexperiências curiosas(2)

há uma teoria que diz que se nunca se tivesse colocado um quadrado vermelho em volta do rectângulo, provavelmente esse mesmo rectângulo nunca teria sido pisado.
mas não passa disso, duma teoria.

mas convém dizer que os filosofos que formularam essa teoria também já pisaram o experiente rectângulo.

dexperiencias curiosas

após certas pesquisas, descobriu-se que naquele jardim havia um rectangulo com cerca de 6 centimetros quadrados que nunca fora pisado. tendo em conta que o jardim era centenário, foi uma descoberta curiosa.
fez-se um quadrado de fita-cola vermelha em volta do inexperiente rectângulo.

um visitante, ao passear pelo jardim, viu o quadrado e, por curiosidade, pôs-se em cima dele, à espera de algo mágico, destruindo ingenuamente a magia do local. muitos mais visitantes lhe seguiram a pisada.

há quem diga que o rectângulo é agora o ponto mas pisado do jardim.

17.9.08

mãos de manteiga

nos filmes, os apressados a entrar em casa não só possuem por regra geral os braços cheios de compras como também deixam cair as chaves e por consequente as mercearias. claro que a sensação de pânico transmitida pela vítima na sua desesperada procura costuma ser essencial na intauração do suspense no espectador.
contudo também se pode ver a acção por outro olhar. um olhar que deixa de parte um sentimento de emoção e desespero e realça mais a curiosidade. se a chave for considerada uma oportunidade, então as mãos do desesperado retratam obviamente o Homem, na medida em que as largamos no momento que mais precisamos delas. incomodamo-nos com elas uma grande parte do dia pois estão sempre a acusar a sua presença, e é quando realmente estamos necessitados que ela resolvem amuar.
se dessemos mais atenção, talvez compreenderiamos melhor a sua carência.

bom, por muitos que sejam os crimes que dessa acidental acção possam resultar, a verdade é que as chves vão sempre cair. como as estatísticas. é realmente uma pena, mas a verdade é que somos governados por uns incapazes. já nem se preocupam em dar uma apresentação minimamente realista. que falta de imaginação. de certa forma até faz sentido: a linha desce acompanhada do corpo. é uma questão de solidariedade.

6.9.08

vira o disco e toca merda

nunca se viu alguém a anunciar aos quatro ventos O meu sistema é a solução porque nele somos infelizes. As pessoas apoiam politicas que contêm vários defeitos que são considerados virtudes, mas alguém que apoie um sistema infeliz é algo que nunca se viu. porque a felicidade é a essencia. uma sociedade onde o povo é feliz é A Sociedade. os restantes métodos são merda.

merda castanha, merda verde, merda multi-color, merda dura ou merda mole; mas é tudo merda.

2.9.08

o mentiroso

o mentiroso ganhou a lotaria. para reconhecimento perguntaram-lhe Tu és o mentiroso, Não, disse. não recebeu o premio.

uma outra versão da estória conta que o mentiroso disse que o era. não recebeu o premio, pois ironicamente não acreditaram nele.

13.8.08

a vila(5)

um dia não houve noticias, o povo aplaudiu.

a vila(4)

notícias chegavam a toda a hora. tudo era feito com o intuito de emocinar a população (e ganhar uns cobres).
venda de droga, captura de droga, homicidios, captura de homicidas...
Tudo o que é feito, é em prol do povo, diziam os "chefes".

a vila(3)

as noticias escasseavam na vila. estava tudo muito sistematizado. Não pode ser assim, pensavam, É necessário emoção.
a verdade é que nem chegavam a haver notícias, daí o problema.
um dia, um grupo de patriotas anuncia (e efectua) a sua chegada ao poder. até então não havia poder, e os cidadãos ignoravam o que estava de facto a acontecer.
mas era uma noticia, e apesar dos males que pudessem resultar do acontecimento, o povo delirou e aclamou os seus novos "chefes".

12.8.08

a vila(2)

não é que as pessoas não fossem simpáticas, simplesmente não era o momento indicado para prestar o auxílio de que necessitava o mendigo.

o mendigo foi enterrado no cemitério da vila, à hora programada.

pena ter sido dois dias após a sua morte, mas, que diabo, ninguém podia prever que o mendigo iria escolher um hora tão inapropriada para falecer.

a vila(1)

Naquela vila os horários eram estritamente regulados, controlados e efectuados. quando alguma acção, por mais ridicula que fosse, estava programada, era feita nem a mais nem a menos tempo.
houve até uma dessas velhas histórias que contava que um criminoso (nem o chegou a ser, a palavra foi mal escolhida para o caracterizar) planeara um crime que não chegou a concretizar devido a um ligeiro atraso que manchou o seu orgulho.
Ora, um dia chegou à cidade um pobre mendigo que ansiava por comida, bebida e dormida. como o mendigo (por negligência ou ignorancia sua) chegou a uma hora em que não se efectuavam tais acções, ninguém o ajudou e este acabou por morrer.

o óculo-escuro (2)

provavelmente, a mentira sao as lentes que criam, enquanto que tu (e eu), nao passamos de uns ingénuos, pois deixamo-nos iludir por falsas verdades.
apesar de nao serem realmente mentiras, tu e que quiseste pôr os óculos-escuros.

vieux farka touré - "ana"

14.7.08

into the wild - trailler

guaranteed

recomendo o filme e o livro ("into the wild", "o lado selvagem", em português) a TODA a gente.

histórias com alguma moral (4)

o rapaz passava a vida a fumar. fumava cerca de três massos de cigarros por dia. os amigos passavam a vida a avisá-lo. Essa porcaria ainda te mata, isso provoca uma data de doenças, Diziam. O rapaz nao ligava. um dia, enquanto fumava um (dois, três?), engasgou-se, asfixiou e morreu.

10.7.08

o óculo-escuro

Quando pões uns óculos-escuros, passas a ver tudo mais escuro (óbvio).
E é também óbvio que a paisagens, as pessoas ou os objectos não escureceram, tu é que passate a vê-los mais escuros.
É verdade que tudo se mantem igual.
Mas também é verdade que tu passaste a ver de uma maneira diferente.

Então, o que é que é mentira? Tu, ou os óculos-escuros?

7.7.08

histórias com alguma moral (3)

Naquele carro, o assento ao lado do do volante era o mais cobiçado. Toda a gente queria sentar-se lá, apesar de não haver nenhuma razão que justifica-se tal acontecimento. Haviam discussões cada vez que a família entrava no carro, pois todos (até o condutor?) queriam sentar-se no tal banco. Era sempre o mesmo elemento que acabava por se sentar lá, fazendo a viagem gostosamente. Os outros elementos revoltaram-se. Queriam o lugar. Cobiçavam o lugar. Desejavam o lugar. Talvez mais por nunca se terem sentado lá, do que propriamente pelo conforto que ele proporcionava. Houve uma revolução. Retiraram o elemento que até então lá habitava. Lutaram para que um e só um se sentá-se no tal assento. O mais forte conseguiu. No momento mágico, baixou-se e relaxou o traseiro no estofo de cabedal.

Foi então que reparou, que aquele banco não era nem mais nem menos confortável que os outros, e que o material do qual era feito era igual. "Afinal, única coisa que muda é a sua localização", constatou.

hey... how you doing?

29.6.08

que nem um cão..

um homem sai de casa com um prato a transbordar de comida enlatada para o cão que, ao ver o dono, entra numa crescente alegria saltando e correndo. o dono pousa o prato no chão, esboça um sorriso e faz uma festa ao cão, que come com gosto.
um velho mendigo presencia o acontecimento e, melancolicamente, pensa: "Bolas, quem me dera ser cão...."

16.6.08

s/ título



Poderá uma pessoa ser morta mas viva? O absurdo “morto-vivo” dos filmes poderá existir? Não do modo estético nem aparente, tipo personagens com a pele degradada, azul verde ou amarela, com cheiro a podre e larvas nos dentes. Mas no sentido espiritual. Um Homem pode estar vivo fisicamente, mas morto espiritualmente?
Na sociedade de hoje em dia só os mais inteligentes vingam. Inteligentes? Manhosos, imbecis com cunhas, estúpidos e gananciosos são a nova geração de inteligentes? O governo gosta dessa geração, mas veja-se: será o governo inteligente? O que se faz no governo? Trabalha-se?!
Mas sejamos um pouco mais objectivos, dando o exemplo de um homem: Acorda, vai para o trabalho, e até lá apanha uma grandessíssima fila. Chega ao trabalho e é o chefe a gastar latim com ingénua vaidade, excepto à moça da saia curta. Senta-se no seu (pelo menos, até que alguém lho tire) escritório de 2m3 , completamente clonado a mil e um outros. Nele encontram-se um computador, um cinzeiro cheio de beatas que servem de anti-depressivos, e fotos da namorada para se sentir menos bicho. Chega a casa e é a mesma fila, cheia de anormais com conversas básicas e degradantes, estúpidas e desinteressantes que não servem de nada para a cultura desse homem. Em casa, a namorada que, apesar de saber que o trai, o conforta um pouco. E o dia seguinte é uma cópia de si mesmo.
Esse homem anda. Esse homem vê. Esse homem ouve. Esse homem faz sexo. Esse homem toca. Esse homem é uma máquina animada. Porque esse homem não escuta, esse homem não caminha, esse homem não observa, esse homem não escuta, esse homem não faz amor e esse homem não sente.
Esse homem que tem, afinal, de espiritual? Pensa? Não, executa. Questiona? Não, executa. O que é ele? Um ser? É humano? O ser é o espírito, mas o espírito é a definição desse homem? Humano é a atributo do ser, mas o ser é o quê? Esse homem é, portanto, a definição do quê? Tudo isto pois este é o homem desejado pela sociedade, tem sorte. Ah! É que a sorte de hoje em dia resume-se a um Homem aos seis anos entrar na escola. Depois, passados no mínimo doze anos, ingressa na Universidade, onde se mata a trabalhar, e, quando acaba esta, tem trabalho durante trinta e seis anos a descontar para a reforma para que um dia, apodrecido pela sua vida, possa tomar comprimidos todos os dias, a toda a hora para não ter um AVC. Sorte é, no meu entender, não divertir. Aqueles que desleixam as notas e gozam o doce da sua juventude, o fresco amor e a amargura do desgosto não têm sorte. Aqueles que, quando chega o momento derradeiro e dizem, Valeu a pena, não, esses não têm sorte. É curioso: a teoria e a prática devem andar desencontradas.
O Homem de hoje, a referência, junta portanto as características opostas àquilo de que se esperava; por consequência considero racional opor à ideia fixa, e entrar nalgo mais relativo. Esse homem é forte do ponto de vista material, mas fraco espiritualmente. Estes dois conceitos são como pólos magnéticos idênticos, repelem-se. Ao elevar-se ao expoente máximo, essa personagem (designemo-la por X), possui nos seus bens tudo o que é considerado, incluindo livros, que são a prova física do pensamento. X é, portanto, omnipotente no que toca a objectos, incluindo este lápis e este papel. Contudo, pelos pólos, X, ao ter tudo de algo, ignora o outro lado da moeda (apesar de X também ter a moeda… aproveito para um parênteses para falar do que é moeda. A moeda é o símbolo do dinheiro, a base de X. o dinheiro comanda as nossas vidas, é a base de tudo. Até da pirâmide alimentar. Se se tirar o dinheiro da base, tudo vai abaixo e nada fica. É estranho pensar que sem algo que nem existe, mas que é representado por papel rectangular e metal redondo, a povoação mundial morre diariamente. Como o que não existe nem pode existir é utópico, é justo dizer que sem utopia não se conseguiria viver. Continuemos pois, fechando este parênteses.). X não tem nada de espiritual dentro dele. Como o que não há falta, e com a falta vem a morte, então X é morto espiritualmente, mas vivo materialmente. É morto-vivo (atenção, agora os mortos vivos são sortudos…)
Os vivos de sabedoria, os “extra lúcidos”, geralmente “enlouquecem”e suicidam-se. Nesta sociedade tudo se contradiz portanto, neste lugar X é vivo e o sábio (pode ser Y) é morto-vivo!
Sendo tudo ao contrário, a lucidez extrema concede a Y a sabedoria do suicídio, para que este esteja, então, morto.
X é humano, Y é ser. Mas a teoria não é prática, apesar de sem o ser o humano não existir.

15.6.08

histórias com alguma moral (2)

Era uma empresa que, embora não o dissesse assim tão claramente, vendia pessoas. Por uma dada quantia, uma pessoa viajava até um destino e aí "vivia" sob as ordens do comprador como um escravo. O lucro era grande. O chefe decidiu expandir o seu negócio. Chegou uma altura em que os escravos compravam os donos, gerando uma certa confusão. Os lucros aumentaram ainda mais. O chefe expandiu ainda mais a empresa. Um dia, o chefe foi comprado. a empresa continuou, não faliu, muito pelo contrário. Às tantas subiam a chefe (regularmente) diversas pessoas, até estas serem compradas por outrem. Até já houve quem se comprasse a si próprio...




Mas os lucros continuavam a subir, e isso é que era importante.

histórias com alguma moral (1)

era uma vez um homem que poupava tanto, mas tanto, que chegava a deitar fora a pouca comida que comprava, pois esta passava o prazo de validade.

1.4.08

Humanidade


Afinal, o que é a vida? Que fazemos nós cá e qual é o segredo desse milagre constante, mecanismo que corre na alma de cada um, resultado do leito de um amor. Que sangue é este que me corre na veia, rápido mas a tempo; que ar é este que me enche o pulmão, calmo mas necessário; e que rostos são estes onde eu, um entre tantos, não passam de uma densa massa de gente, que se auto-proclama “humanidade”. Ah! Humanidade... humanidade essa, que à custa do substantivo “progresso” se vai aproximando de tantos animais irracionais, de onde supostamente nos destacamos pela nossa inteligência. É a palavra “progresso” que desperta os instintos arrogantes, assassinos, egocêntricos, egoístas, materialistas, racistas e rancorosos há muito tempo adormecidos no nosso ser.
Somos tão pessimistas que, numa quente e nebulosa manhã de verão, ao invés de admirarmos a aurora com reluzentes raios vermelhos, que ao passar pela invasiva neblina matinal cria um momento celestial em que a beleza dá o rosto, inocente e tímida; nós, humanos (que de seres já não temos nada) só conseguimos pensar no calorento dia que vai estar, na humidade, ou na estância de férias que se pode construir, de modo a extorquir dinheiro (esse vil papel, retirado das árvores, que serve para nos escravizar, para nos impedir de ver um mundo melhor, pois o Homem novo que há tanto se espera é sempre consumido pela luxúria e pela corrupção e assim se cria um ciclo vicioso, onde os mais fracos são oprimidos e os mais fortes impõem suas vontades, com a falsa promessa da liberdade, nome abstracto por condição e criminoso na sociedade, pois tal obscenidade é apenas um sonho utópico e surreal que o povo mantém há séculos, feliz, mas irrealizável) a dos bolsos de ingénuos que não percebem que tudo é uma maneira manhosa mas permitida de roubar.
Sim, nós, humanos, já há muito que provamos sistematicamente a maçã de Eva. E fazemo-lo tão amargamente no nosso ego que vilipendiamos o nosso próximo, que a nossos olhos parece negativo, mas que, como nós, já se perdeu a si próprio.
Mas mais nada me importa. Simplesmente, não quero saber. Que me importa coisa nenhuma quando, em pé, numa ponte metálica existente na minha cidade, que tanto já viu e que por tanto já passou, me ergo perante a vida. Está uma fresca neblina, nesta noite de primavera. O azul turquesa do céu faz-me alegrar o espírito. O mar está com uma força atractiva misteriosamente forte, e o verde de suas águas reflecte a humanidade num pedaço de metal. Afinal, nós também somos abandonados quando já não temos utilidade, somos frios e poluímos a natureza à nossa volta.
Inclino-me.
- Não! – grita alguém atrás de mim.
É ela. Os seus longos cabelos castanhos cor-de-café esvoaçam e dos seus olhos rasgados que fazem lembrar um felino, uma lágrima percorre o seu rosto angelical. As frescas camisas de verão dançam ao sabor do vento, e repete:
- Não! O que estás a fazer? Estás louco?
Louco, eu? Sim, fui louco. Louco por ela. Todos os dias ela passava por mim. Todos os dias ela me desprezava. Todos os dias o meu coração sofria e todos os dias minha mágoa se acentuava. Todos, todos os dias. Mas um dia, um dia ela e sorrio, e um riso incandescente em meus olhos me acendeu o espírito. No seu quarto, sob a vela que perfumava sua cama, entreguei-me ao amor, ledo mas ingénuo, pois afinal, eu não passava de um entre tantos.
Já fui louco, já não sou. Louco é aquele que pretende resposta a todas as questões, e que não se satisfaz com um “porque sim” ou “porque não”, mas eu já estou esclarecido. Inclino-me mais um pouco. Um imenso vento bate-me na cara e eu rio.
Eu já provei o doce do teu amor e a amargura do teu ser; agora saboreei o gosto da brisa, e contarei o número de sereias que cantam e encantam este mar, que tanto me faz sonhar.

19.3.08

WK Interact Versus Obey Giant

abc

well, prevejo aí um grande texto (ou nao), so ainda nao sei o estilo (critica? poesia? dramático? com ação?).
entretanto, estou sem imaginação, por isso bem podes esperar.

24.2.08

4.2.08

:F

oh meu deus....

antonio aleixo

enquanto o homem pensar
que vale mais que outro homem
sao como dois caes a ladrar
nao deixam comer nem comem

nem a anarquia....

neste mundo ( pelo menos nesta altura), duvido que, mesmo passando de estado em estado, sairemos de uma ditadura, enquanto houver pessoas assim.
estamos no mundo da lei do mais forte, e mesmo que isso vira-se de repente a anarquia (supostamente as classes acabariam e todos seriam iguais) um grupo de Homens iria conseguir dominar um outro grupo e assim sucessivamente, ate entrarmos novamente numa ditadura.

tolstoi

toda a gente quer fazer uma revoluçao mundial, mas ninguem quer fazer uma revoluçao dentro de si mesmas.

realmente assim nao da...

revoluçao'

primeiro, neutraliza o que esta mal. so depois podes tomar decisões que sejam benévolas. senão, tudo o que e 'bom' vira mau.

31.1.08

18.1.08

14.1.08

7.1.08

anhecas, semis, plasmico

A melhor pessoa para falr disto e de certeza o noiz. mas como para ele nao ha ninguem que alcanse o plasmico ( que, by the way, so ha ele), eu vou tentar fazer um texto saobre estes tres tipos do meu ponto de vista.
os anhecas, na maioria os putos, sao aquelas pessoas que costumam apanhar do ar, nao percebem um caralho da conversa e a quem se tem de explicar geralmente tudo depois de os outros todos perceberem. quer dizer, um anhecas nao esta SEMPRE a apanhar do ar, mas estupidamente nao consege acompanhar uma boa conversa do principio ao fim, sem ficar pelo meio. mas nao e so nas conversas... um anhecas esta sempre noutro mundo, um à parte, e de repente regressa a realidade e fica "an? o que? sim, sim..." ... geralmente sao motivos de riso.
Os semis estao entre o plasmico e o anhecas, e sao todas as pessoas dignas de conversas estupidas ou inteligentes, ja com cabecinha e que conseguem manter uma boa conversa sem se perderem. quando ja nao se e anhecas, é se semi.. mas ainda nao conheci alguem que para alem do noiz passa-se do semi para plasmico... oh, claro, ha que ver que foi o noiz quem inventou o plasmico :f ...o semi, se lhe falta estilo, ou dizer coisas parvas, ou viver ao maximo, ou ser bom a desporto, ou ser mais inteligente ( uma destas coisas, ou moutras, mas que neste momento nao me lembro), nunca ha-de ser plasmico ( alis se lhe faltarem muitas coisas, e anhecas), visto que ate para quem tem estas qualidades nao e plasmico :f ....
Finalmente os plasmicos ( ou o), bem, e um semi-deus, bem vistas as coisas: inteligente, tem piada, e atletico, e bom em desporto, tem boas conversas, e sempre boa companhia... tem aquela cena interior, que ate quando era um anhecas, ja tinha todos os elementos la reunidos, a espera de serem desenvolvidos. sem querer desmerece-lo, sera que o noiz sera assim tao especial e que ninguem consege bater estes niveis? sera que nao ha ninguem que consiga ser plasmico? sim, porque o noiz ja la esta e dali nao sai, alem de que alguem que chege a plasmico nunca deixa, visto as suas qualidades todas.... eu por mim neste momento, sei que sou um anhecas, visto que este texto nao vale uma merda :f