30.10.08

é musica para os meus ouvidos

num metro atulhado, o mp3 de um rapaz que ouve música é roubado.
só deu por isso quando, cansado de ouvir musica, decide desligar o inexistente mp3.

24.10.08

Artigo nº 3: todo o indivíduo tem direito à vida (…)
In Carta Internacional dos Direitos Humanos

Direitos Humanos – 60 Anos de Amnésia Internacional



A declaração Universal dos Direitos Humanos faz em 2008 sessenta anos, mas ainda está para vir o ano em celebrará o cumprimento universal destes direitos. Pois a verdade é que por todo o mundo os direitos são ignorados. Nalguns locais como a Índia, África ou China é mais evidente o descuido do cumprimento dos direitos. Contudo, nalguns países ditos desenvolvidos, conhecidos (também) por darem o devido respeito à vida humana, muitos dos direitos são desleixados…
Direitos como à habitação, à saúde à educação ou mesmo à vida são dispensados um pouco por todo o mundo.
Mas este texto não se destina a fazer uma crítica ao não cumprimento dos direitos humanos por parte dos países, mas sim a uma breve opinião sobre a questão “A pena de morte é justificável?”, ou “É moralmente correcto condenar alguém à morte?”.
Apenas permitida em alguns países (ou estados), a pena de morte é a condenação mais grave a que um criminoso pode ser condenado, por crimes de homicídio, genocídio e contra a humanidade. Crimes por homicídio, sublinho. Se alguém (X) matar uma pessoa (Y), e X for apanhado (por exemplo) no Texas, é bastante provável que X seja condenado à morte. E X muito provavelmente é já um individuo rejeitado pela sociedade, pois não mataria se não estivesse já no limite do ser. A sociedade discrimina e rebaixa tanto os pobres que estes, não tendo cabeça nem jeito, matam. nunca se viu um rico condenado a pena de morte por homicídio pois este não necessita de matar para sobreviver. Mas é morto por quem? Por alguém que, após “fazer justiça”, é também um homicida, e por essa ordem de ideias deve ser morto, criando uma reacção em cadeia que muito provavelmente fará a humanidade desaparecer em algumas escassas décadas. Eis a peste negra do século XXI – a ingenuidade do Homem.
Num outro país, num outro mês X mata, desta vez, A. Contudo, neste país não existe pena de morte, portanto X viverá preso para sempre (ou a partir de 25 anos, o que poderá ser sempre). O que não deve ser uma vida inteira numa cela a pensar nos horrores feitos durante a liberdade. É obvio que X não vai gostar desta vida, e muito provavelmente sofrerá psicologicamente. Mas sofrerá ao pensar nos crimes que cometeu, e sofrerá com a ânsia da liberdade. Na ânsia da liberdade. Liberdade que se calhar nunca terá.
Mas não me dá prazer nenhum ver X a sofrer, eu não sou ele. Ele está a responder a uma sentença interior que foi há muito começada. Por ele. Eu dou-lhe alimento, água, higiene e medicamentos para as suas doenças; mas não lhe dou, nem consigo, cura para o passado. E mesmo que X seja louco, e que nunca venha a ter consciência da vida que tirou, terá consciência da liberdade que perdeu. E a liberdade, embora ignorada, é uma dádiva das mais nobres hoje em dia existentes.
E estes são os casos mais óbvios. Pois também se condena muita nobre pobre gente à morte. E ainda por cima à mais horrenda das mortes. Os arguidos não têm direito a julgamento e estão pré-destinados a uma morte lenta, e passiva. Este tipo de condenação é legal em todos os países, toda a gente sabe e toda a gente tenta dissimular. É um género de conspiração global. E também tu, que estás a ler, já mataste. É claro que não digo que deste em alguém um tiro, pois, como já disse, é uma morte passiva.
E já deves ter morto mais de mil pessoas. Pois quantas vezes não deves já ter passado por um mendigo, sem lhe olhar, sem lhe matares a fome por umas ínfimas horas?

6.10.08

dexperiências curiosas(2)

há uma teoria que diz que se nunca se tivesse colocado um quadrado vermelho em volta do rectângulo, provavelmente esse mesmo rectângulo nunca teria sido pisado.
mas não passa disso, duma teoria.

mas convém dizer que os filosofos que formularam essa teoria também já pisaram o experiente rectângulo.

dexperiencias curiosas

após certas pesquisas, descobriu-se que naquele jardim havia um rectangulo com cerca de 6 centimetros quadrados que nunca fora pisado. tendo em conta que o jardim era centenário, foi uma descoberta curiosa.
fez-se um quadrado de fita-cola vermelha em volta do inexperiente rectângulo.

um visitante, ao passear pelo jardim, viu o quadrado e, por curiosidade, pôs-se em cima dele, à espera de algo mágico, destruindo ingenuamente a magia do local. muitos mais visitantes lhe seguiram a pisada.

há quem diga que o rectângulo é agora o ponto mas pisado do jardim.